Windows 7: agora, é cada um por si…

A data é 14/01/2020. No décimo quarto dia, do segundo mês, do ano de 2020, o suporte de atualizações da Microsoft a um dos melhores sistemas operacionais que já criados pela empresa, o Windows 7, chega ao final para a maioria dos usuários. Sim, maioria.

Empresas (e alguns usuários que estão se aventurando em enganar a Microsoft) podem pagar, um preço altíssimo, pelo suporte estendido por um período de até três anos.

Mas qualquer percentual de máquinas que permaneçam na versão, torna-se relevante, já que o Windows 7 ainda detém quase 27% do mercado, segundo a NetMarkeShare. Ou seja, é de fato algo que traz consigo um risco potencial que não pode ser ignorado.

O fato é que, com o fim das atualizações, mesmo que não exista nenhum agente mal-intencionado que tenha “guardado” alguma falha específica do Windows 7 para usar, ainda existem os riscos de segurança que vão sendo descobertos no dia a dia.

Para ter uma noção do volume, só na atualização de novembro de 2019, a Microsoft entregou 74 correções, 13 das quais eram referentes à vulnerabilidades que permitiam a execução remota de código por um agente externo.

Além disso, o Microsoft Security Essentials que, entre outros, entrega ao Windows Defender e Firewall as atualizações de definições que garantem a efetividade no bloqueio de malwares, deixará de funcionar no Windows 7. Ou seja, o risco de permanecer utilizando este sistema operacional será cada vez maior, a medida que novas vulnerabilidades forem surgindo.

Quem persistirá usando Windows 7

  1. Parte da base instalada que não pode sair do Windows 7, por usar algum software incompatível com Windows 10;
  2. Parte da base instalada que é composta por computadores antigos, incapazes de rodar Windows 10;
  3. Parte da base instalada que não quer ou não pode fazer o upgrade para Windows 10 por outros motivos, como falta de planejamento, não querer comprar outra licença, etc;

Mas, sejamos práticos.

O que fazer se você ainda usa Windows 7 (e não pode investir no Windows 10)?

A primeira coisa é certificar-se da possibilidade ou não de fazer upgrade do seu Windows 7 para Windows 10 gratuitamente. Isso funciona com algumas versões.

Oficialmente, isso deixou de acontecer em 2016, mas eu testei em uma máquina virtual e fiz uma velha licença de Windows 7 se transformar em um belo e lustroso Windows 10 em outubro de 2019.

Uma nota prévia:

O método de upgrade não é infalível e não aconselho fazer em PCs com mais de cinco anos.

Como fazer o upgrade do Windows 7 para o Windows 10

  1. Vá até o site onde se pode pegar o Windows 10 (microsoft.com/pt-br/software-download/windows10);
  2. Clique em “Baixar a Ferramenta Agora” e execute;
  3. Escolha “Atualizar este PC agora”;
  4. Siga as instruções;
  5. Depois de completo, vá em “Configurações >> Atualizações e Segurança >> Ativação”;

Se tudo tiver dado certo, você verá uma notificação de ativação.

Mas, repito, isso pode dar muito errado em computadores que usem hardware com mais de cinco anos de idade. Então, o que fazer se você de fato for obrigado a ficar no Windows 7?

Dicas para quem ficar no Windows 7

Empresas que precisem ficar no Windows 7 em decorrência de softwares antigos, devem considerar seriamente a possibilidade de bloquear o acesso destas máquinas à internet ou as deixar com uma configuração extremamente restrita, usando princípios de whitelist. Ou seja, tudo na internet será bloqueado, exceto o que for explicitamente permitido depois de uma análise caso a caso.

Mas, de forma geral, as dicas para os que permaneceram usando o sistema são:

  1. Certifique-se que seu roteador está com o firmware atualizado e a senha de acesso não seja a de fábrica;
  2. Desative o Windows Defender e instale um outro antivírus. A Bitdefender e Kaspersky oferecem versões gratuitas, que tem um mínimo de efetividade (mas o ideal é comprar um suíte). Faça scans constantes;
  3. Se puder, contrate uma “suíte” da Bitdefender, Karpersky ou Norton, trata-se de um conjunto de aplicativos que inclui antivírus e firewall;
  4. Faça uma revisão dos aplicativos instalados e exclua tudo que não for necessário. Desinstale coisas como Adobe Shockwave e Flash, Java e players de vídeo como Quicktime;
  5. Use o Windows apenas com conta de usuário normal e nunca com uma conta de administrador. Aliás, isso vale para qualquer Windows, já reduz de forma drástica a efetividade de malwares;
  6. Não baixe nada da internet, antes de avaliar a absoluta necessidade de fazê-lo;
  7. Configure sua conexão para usar DNS seguro, sugiro Cloudflare 1.1.1.1 e Google 8.8.8.8 (o tutorial do link ao lado foi criado para Windows 10, mas pode ser utilizado no Windows 7);
  8. Navegue com Brave ou Firefox e ative os bloqueadores. Ambos são acima da média e o Brave, especialmente, foi criado com foco em privacidade e segurança (permite inclusive o uso fácil da rede TOR);
  9. Pelo sim, pelo não, faça backup externo de seus arquivos essenciais;

E, claro, a dica que todo mundo já ouviu, mas poucos tiveram coragem de seguir:

  1. Pense em migrar para o Linux.

Mas, calma.

A coisa mudou muito nos últimos anos, o Linux deixou de ser aquele monstro nervoso e difícil de domar e tornou-se mais uma questão de adaptação que qualquer outra coisa.

Do Windows 7 para o Linux
Existem versões pagas como a Zorin que emulam o visual do Windows e macOS. Mas, se é para instalar em um computador mais antigo, há uma versão chamada Core, que traz o essencial, com visual do Windows e é mais leve e gratuita. Existem outras distribuições grátis como Mint, Deepin e Ubuntu que podem e devem ser consideradas.

Veja esta demonstração do Zorin e me diz: é ou não é bonito?